quinta-feira, 30 de agosto de 2018

Rotina do Professor LEI

A minha rotina como Professor lotado no Laboratório Educacional de Informática é bem simples. Como a função do professor LEI foi modificada, não tendo mais a função de coordenar o espaço do laboratório, tenho passado poucas horas fazendo uso do laboratório como local de trabalho, pois já que o professor LEI tem que cumprir sua carga horária ministrando disciplinas optativas, a maioria do tempo das optativas eu cumpro em outras salas de aula com o curso de Inglês, que é a minha área de formação.
Já em relação ao tempo que passo no laboratório, durante esse semestre eu estou ministrando um curso básico de montagem e manutenção de computador para três turmas. Uma turma funciona na quarta-feira pela manhã e as outras duas funcionam a tarde na quarta-feira e na sexta-feira.

Todos os cursos são ministrados no contra-turno e tem duração de duas ou três aulas.

quarta-feira, 12 de dezembro de 2012

O Aluno Digital


Atualmente temos um número considerável dos dos nossos alunos que são basicamente analfabetos tecnológicos funcionais, isto é, eles conhecem as tecnologias que lhes permitem pesquisar, comunicar-se e publicar, mas não o fazem com proficiência porque não possuem as competências e habilidades necessárias para tal. Além disso, as ferramentas que eles conhecem são extremamente simples e eles as conhecem de forma superficial.
Poderíamos listar uma enormidade de itens que esses alunos não dominam, mas a lista seria tão extensa que é mais fácil listar aquilo que eles sabem realmente fazer.


  1. pesquisar
    1. eles usam o Google como ferramenta quase exclusiva para pesquisa; pesquisam usando uma única palavra de busca ou uma frase muito curta; na maioria das vezes aceitam a primeira indicação feita pelo buscador e retornam como produtos da pesquisa textos inteiros ou trechos muito grandes que copiam e colam diretamente, sem analisá-los, resumi-los ou compreendê-los;
    2. conhecem poucos sites e blogs que contém material didático ou instrucional (geralmente procuram por trabalhos prontos) e a maioria do material que consultam de forma não orientada diz respeito à jogos, humor, violência, sexo e pornografia;
    3. gostam de pesquisar vídeos no YouTube e em outros sites destinados a armazenar esse tipo de mídia, e buscam mais frequentemente vídeos de conteúdo humorístico;
  2. comunicar-se
    1. os alunos usam praticamente apenas dois meios de comunicação na Internet: o Orkut e o MSN; o e-mail é muito pouco usado e menos ainda as listas de discussão e fóruns;
    2. a comunicação se dá quase sempre entre os colegas da turma ou da escola e gira em torno dos interesses próprios da idade e do grupo;
    3. a comunicação representa a maior parte do tempo de uso dos computadores e da Internet;
    4. a linguagem utilizada nas comunicações é a linguagem coloquial, basicamente oral e simplificada por um sistema de códigos e abreviações que se difundiu pela Internet nas salas de bate-papo e posteriomente no MSN e no Orkut;
  3. publicar
    1. um número muito pequeno de alunos possui blogs ou sites pessoais;
    2. os blogs são temáticos (sobre jogos, poesia, esportes ou algum outro tema do interesse do aluno) e alguns têm ainda o formato de “diários pessoais” que deu origem aos blogs quando eles surgiram;
    3. imagens são publicadas preferencialmente no Orkut, são pessoais ou da turma e referem-se ao cotidiano dos alunos;
    4. vídeos procuram retratar o cotidiano e situações que consideram interessantes, embora sejam muitas vezes vídeos toscos, de mau gosto e ofensivos. Dentre os temas dos vídeos destacam-se: violência local (brigas), traquinagens (que eles chamam de “zueira”), situações constrangedoras envolvendo colegas (e professores) no ambiente cotidiano e registros de festas e eventos locais.
Antes existia apenas o inspetor buginganga,
agora já temos o professor bunginganga.


Um professor digital é aquele que possui habilidades para fazer um bom uso do computador para ele mesmo e, é capaz de usá-lo de forma produtiva com seus alunos.

As “habilidades” que listarei a seguir podem ser discutíveis e em número limitado. Arrisco-me, no entanto, a afirmar que quantas mais forem as habilidades possuídas, mais perto se chegará do perfil de um professor digital. Vejamos:

1. Possuir um endereço de e-mail e utilizá-lo pelo menos duas vezes por semana (o ideal seria fazê-lo diariamente);

2. Possuir um blog, um site ou uma página atualizável na Internet onde regularmente se produz, socializa e se confronta seu conhecimento com outras pessoas;

3. Participar ativamente de um ou mais “grupos de discussão”, fórum ou comunidade virtual ligada à sua atividade educacional;

4. Possuir algum programa de troca de mensagens on-line, como o MSN, com, no mínimo, dois colegas de profissão em sua “lista de contatos” e usá-lo para fins profissionais pelo menos uma vez por semana, em média;

5. Assinar algum periódico on-line (mesmo que gratuito) sobre notícias e novidades relacionadas à educação ou à sua disciplina específica, e lê-lo regularmente;

6. Preparar rotineiramente provas, resumos, tabelas, roteiros e materiais didáticos diversos usando um processador de textos (como o Word, por exemplo), uma planilha eletrônica (como o Excel) ou um programa de apresentações multimídia (como o PowerPoint);

7. Fazer pesquisa na Internet regularmente com vistas à preparação de suas aulas (no mínimo) e, preferencialmente, manter um banco de dados de sites úteis para sua disciplina e para a educação em geral. Melhor ainda seria compartilhar esse banco de dados com colegas e alunos;

8. Preparar pelo menos uma aula por bimestre sobre um tema de sua disciplina onde os alunos usarão os computadores e a Sala de Informática de forma produtiva e não apenas para “matar o tempo”;

9. Manter contato com o computador por, pelo menos, uma hora diária, em média;

10. Manter-se atento para as novas possibilidades de uso pedagógico das novas tecnologias que surgem continuamente e tentar implementar novas metodologias em suas aulas.

Note que na lista acima não foi incluída em nenhum item a necessidade de se “possuir um computador”, porque de fato não é preciso possuir algum para ser um professor digital, ou mesmo para incluir-se digitalmente. No entanto, muitos professores que conheço possuem computadores e acesso à Internet, mas não chegam a ter nem três das dez habilidades listadas acima.

As habilidades acima envolvem o “fazer”, o agir, a inclusão efetiva do professor no mundo digital. Nenhuma oficina de capacitação ou curso de computação, por si só, traz nenhuma das habilidades acima, pois todas elas demandam o “uso regular do computador e da Internet”.

Aproveite e faça você mesmo o teste para medir o quanto você se enquadra no perfil do professor digital. Some um ponto para cada item dessa lista que se aplicar a você. Caso você some mais que cinco pontos, já pode se considerar como parte da vanguarda dos professores digitais.

(*) Para citar esse artigo (ABNT, NBR 6023):

ANTONIO, José Carlos. Você é um Professor digital?, Professor Digital, SBO, 30 jun. 2008. Disponível em: <http://professordigital.wordpress.com/2008/06/30/voce-e-um-professor-digital/>. Acesso em: 02/12/12.